Francisca Janaína de Araújo Sampaio, de 39 anos, conhece bem os desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência auditiva no Brasil. Nascida surda e sem acesso à Língua Brasileira de Sinais (Libras) durante sua infância, Francisca cresceu sem conseguir se comunicar plenamente com as pessoas ao seu redor. Porém, tudo mudou quando se tornou mãe e descobriu que a Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO) era o suporte que precisava na garantia de seus direitos.
Francisca e o marido são surdos, e, quando o casal soube que sua primogênita também era surda, o desejo de garantir uma educação inclusiva para a filha se tornou uma missão. Assim, logo que a menina começou a frequentar a escola, com um ano de idade, a mãe buscou junto ao Município de Palmas um intérprete. Apesar de seus esforços, não foi disponibilizado o profissional.
“Até os cinco anos, a Ana Júlia não teve acompanhamento. Eu que ensinava em casa, mostrava imagens e ensinava Libras, para que ela não ficasse atrasada. Ao mesmo tempo, continuava em busca de informações, até que fui à Defensoria e lá pude entender mais sobre os direitos da minha filha”, lembra Francisca Janaína.
Respeito aos Direitos
A partir da atuação pela 8ª Defensoria Pública , que tem como titular o defensor Freddy Alejandro Solorzano Antunes, em 2019, Ana Júlia começou a ter o acompanhamento de um intérprete na escola, serviço que se mantém até os dias atuais.
Segundo Freddy Alejandro, que também é o coordenador do Núcleo Especializado de Defesa da Saúde (Nusa), na Defensoria Pública, a luta para que os direitos das pessoas com deficiência sejam efetivados é diária, seja de maneira individual ou coletiva.
“Muitas dessas pessoas, além da deficiência, geralmente são hipossuficientes e não têm condições de buscar seus direitos de maneira particular. Então, a Defensoria vem para ser essa parceira e tentar, de maneira judicial, que essas pessoas consigam ter seus direitos respeitados e, assim, uma melhor qualidade de vida”, ressaltou Freddy Alejandro.
Hoje, mãe de quatro filhos, sendo dois com deficiência auditiva, Francisca, disse que saber que a Defensoria existe a deixa mais tranquila em relação ao futuro dos filhos.
“A Defensoria é muito importante, e tenho a impressão de que os surdos não sabem que a ela pode nos ajudar para que consigamos intérpretes nas instituições, como hospitais e escolas. Foi assim que fiz, para que minhas filhas pudessem ter o apoio que eu não tive. Apesar de sermos muitos, ainda é muito difícil ter intérpretes nos lugares. Então acredito que os surdos devem procurar a Defensoria para ter seus direitos respeitados”, frisou Francisca.
Essa reportagem foi feita com a participação servidora da DPE-TO, intérprete de libras, Flavia Lentula Coelho Araujo Souza.
//Série Especial//
Esse conteúdo integra uma série especial produzida pela Assessoria de Comunicação da DPE-TO em parceria com a Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão (Cpai) da Instituição.
As reportagens da série foram produzidas em alusão ao Dia Nacional de Luta da Pessoa Portadora de Deficiência, celebrado anualmente a cada 21 de setembro, e mostram a história de assistidas e assistidos com deficiência que contam com a atuação da Defensoria Pública na garantia de seus direitos.
Sugestão de legenda: Francisca, que também é surda, buscou a Defensoria Pública para que a filha com deficiência auditiva tivesse uma educação inclusiva – Foto: Marcelo Les/Comunicação DPE-TO
Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO)
Comunicação / Coordenação de Jornalismo
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