Para garantir que a população esteja esclarecida sobre os cuidados corretos de pacientes com dengue, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) chama atenção para os riscos da automedicação que pode evoluir para forma mais grave da doença, a hemorrágica.
A dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus de evolução benigna, na maioria dos casos e seu principal vetor é o mosquito Aedes aegypti. O vírus causador da doença possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A infecção por um deles dá proteção permanente para o mesmo sorotipo e imunidade parcial e temporária contra os outros três.
Os sintomas da dengue podem ser febre alta, de início abrupto, seguido de dor de cabeça, dor muscular, prostração (abatimento, cansaço), artralgia (dor nas articulações), perda do apetite, dor retro-orbital (dor atrás dos olhos), náuseas, vômitos, manchas vermelhas pelo corpo, coceira na pele, podendo afetar crianças e adultos e a maioria dos pacientes evoluem para a cura. Mas, sem os devidos cuidados, o paciente pode evoluir com sinais de alarme, como dor abdominal intensa, vômitos persistentes e sangramentos; ou ainda para a forma grave da doença, com sangramento grave e ocasionalmente choque, podendo levar à morte.
Segundo o médico especialista em Medicina de Família e Comunidade da Diretoria de Atenção Primária/SES-TO, Diego de Abreu Noleto, “a pessoa com suspeita de dengue não deve se automedicar, pois há medicamentos que acarretam a piora do quadro, como os salicilatos e anti-inflamatórios não hormonais”.
“Apesar de não existir medicação e tratamento específico, a dengue é uma doença dinâmica, podendo evoluir para a remissão dos sintomas ou agravamento do quadro, e, portanto, necessita de seguimento adequado. Dessa forma, diante da suspeita de dengue, deve-se priorizar a hidratação e imediatamente procurar acompanhamento médico em uma Unidade Básica de Saúde, já nos primeiros sintomas. Assim, a doença pode ser diagnosticada e o paciente ser orientado quanto aos cuidados que deve ter para o tratamento da doença”, acrescentou o especialista.
No Tocantins, segundo dados epidemiológicos divulgados pela SES-TO, na sexta-feira, 16, houve um aumento de 107,2% no número de casos prováveis, considerando o mesmo período de 2023, passando de 622 para 1.289 casos em 2024.
Ações da SES-TO
Para o enfrentamento à doença, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) não mede esforços no controle de arboviroses com monitoramento constante da situação epidemiológica dos 139 municípios, elaboração e divulgação de boletins epidemiológicos semanalmente, divulgação de alerta aos municípios para a intensificação das atividades de prevenção e controle, videoconferências semanais com as equipes dos municípios em situação de alerta para organização dos serviços e discussão das atividades de prevenção e controle do mosquito, curso de atualização em vigilância, diagnóstico e manejo clínico das arboviroses para os profissionais da saúde que atuam na rede de atenção à saúde e capacitações de controle químico para os agentes de Combate às Endemias.
Prevenção
Prevenir é a melhor forma de evitar a dengue, além da Zika e da chikungunya, que também são transmitidas pelo mesmo mosquito. A maior parte dos focos está nos domicílios, por isso a participação da população é tão importante para o enfrentamento à doença. Entre elas:
Não deixar água parada, eliminando os locais onde o mosquito nasce e se desenvolve, evitando desta forma a sua proliferação; não acumular água em pratos de vasos de plantas; e colocar areia fina até a borda do pratinho. Não juntar vasilhas e utensílios que possam acumular água (tampinha de garrafa, casca de ovo, latinha, embalagem plástica e de vidro, copo descartável) e guardar garrafas vazias de cabeça para baixo. Entregar pneus velhos ao serviço de limpeza urbana, caso precise mantê-los, guarde em local coberto. Deixar a tampa do vaso sanitário sempre fechada; limpar frequentemente calhas, lajes e ralos das casas. Manter a água da piscina sempre tratada com cloro e limpar uma vez por semana. Preservar o quintal limpo, recolhendo o lixo e os detritos em volta das casas. Não jogar lixo em terrenos baldios, construções e praças, além de permitir sempre o acesso do agente de combate a endemias em sua residência ou estabelecimento comercial.